quarta-feira, 2 de maio de 2012

Como esquecer...

Gente, o post é longo, por isso tenham paciência, ok?

Na primeira vez que o atual ex me deixou, foi doloroso - Claro... Foi estranho porque ele simplesmente tinha virado pra mim e dito "não dá mais. Melhor pra nós dois nos separarmos." Sem conversa, sem porquês, sem NADA.

Passei meses enclausurada na minha casa com janelas e cortinas fechadas, vivendo roboticamente. Não comia, mal dormia, não queria sequer respirar. E enlouquecia amigos com ligações sem nexo e, literalmente, sem noção.
Nessa mesma época lançaram o filme Como esquecer, da Malu de Martino em que a protagonista vivia quase a mesma situação que eu estava passando. A professora de literatura Júlia, vivida por Ana Paula Arósio (Lindíssima!) vive o fim de uma relação intensa. Não, ela não queria terminar. Ela "foi deixada" (adorei essa narrativa inicial). Lembranças da relação a assombram a primeira metade do filme e ela quase leva as pessoas que querem a ajudar à loucura.  Claro - na época fiquei louca pra assistir esse filme mas por um golpe do destino, eu o perdi nos cinemas. Tempo passou, subvivi (sim, a grafia está CORRETA) por um tempo e o ex resolveu voltar. Fiquei radiante... Parecia que eu estava enterrada nas entranhas da terra e finalmente me jogaram luz... E no fim do ano passado, bom...

Menciono o filme porque é exatamente o que eu passei e o que eu estou passando - de novo, me 'largou'  novamente nos mesmos moldes: sem conversa, sem razão, sem porquês; totalmente unilateral da parte dele. 

Enfim... esse feriado eu tirei pra "tentar" botar a cachola no lugar. Depois de ter literalmente explodido com um dos poucos amigos que ainda me restam, comecei a colocar a cabeça em ordem. Melhor jeito de fazer isso? Tocar projetos pendentes, retomar a to-do list, arrumar a casa que está um caos progressivo. Enquanto almoçava e programava o dia, lembrei do filme. Procurei no youtube e voilá!

Finalmente o vi com lágrimas nos olhos pois sei bem o que ela está passando. Não é uma coisa que "se resolve" e ponto final. Te forçam a fingir que nada aconteceu, ou se aconteceu não importa. Que a vida continua a mesma. Bom... continua para os outros, né? Pra quem tá de fora? FÁCIL! Tem até receita pronta de "como superar".  Júlia não acha que tá tudo normal. Reaprender a viver sem o amor da sua vida não é fácil. Sim, é bem simples (isso até eu admito) mas não é fácil. E forçá-la a tentar sair dessa - acho que torna o processo mais prejudicial.

Tem uma cena que eu me identifiquei totalmente: O Hugo (amigo gay vivido por Murilo Rosa) a arrasta pra uma "baladinha tranquila" com "amigos". Todos na mesa fazem EXATAMENTE o que não deveriam fazer: Agem como se ela tivesse superado tudo, falam como ela está linda (afinal Júlia emagreceu quase 10 kgs com a separação), afirmam que está pronta pra outra, exaltam as suas qualidades na mesa e arrematam com um casal feliz comemorando 4 anos de união. PUTS!! TENHAM DÓ! Eu, estando na m*rda, a última coisa que eu quero ver é a exaltação da felicidade alheia. Isso é o mesmo que esfregar na minha cara "Ói, só lamento por você não ter conseguido fazer seu relacionamento dar certo. Espia como o meu tá mil maravilhas!!". O filme fala essencialmente sobre amor e desamor. Um drama que explora o vazio provocado na vida de Júlia, que perde a noção do afeto. No filme, Júlia é lésbica e, por isso se forem ver, tenham a mente aberta pois o que acontece com ela, acontece com qualquer pessoa... E não estou afirmando que o filme é bom. Ele recebeu as mais variadas críticas e ficou pouco tempo em cartaz pois o conteúdo é controverso demais pra a maioria das pessoas. EU gostei dele.

Estou bem longe do NIRVANA que ela chegou ao fim do filme - quero MESMO chegar lá... Mas ainda sei que estou bem longe. Então, paciência. Sei que nesse caso o tempo não vai curar. Esse "acidente de percurso" deixou sequelas. Profundas, abertas, pulsantes e DOLOROSAS... Se elas serão permanentes só o tempo (e a terapia) vai dizer. Ainda reintero o que eu disse aqui. Pra vocês pode ser só uma largatixa... pra mim... é o Grande Tiamat.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vai passar, lhe garanto. Sabe, sofri demais com minha separação, hoje não sei nem porque sofri tanto, me descabelei, entrei em menopausa precoce, adquiri uma esquizofrenia que agora tenho que conviver com ela para o resto da vida, se pudesse voltar o passado para revivê-lo queria levar aquele momento da minha separação como algo mais normal e sem traumas, não ter relutado tanto e tocar minha vida como hoje, não o quero, não me merece, não preciso dele, vivo melhor sem ele - infelizmente demorei muito para entender isso. bjus

Edna Mara disse...

Seu oq esta passando, com a diferenca q ele me expulsou da casa dele, como trabalhava com ele, tive literalmente q pegar a mochilae voltar p o interior q odeio e morar na casa de minha mae desempregada. Estiu tomando antidepressivo e sinceramente nao sei o q sera de mim... Estou muito fracassada!!